Twingo 1

A 7 de setembro de 1992 a Renault anunciava à impaciente imprensa a apresentação do projeto X06 no Salão de Paris. Um pequeno monovolume que ambicionava ser tão original como o 4CV, o R4 ou R5. O nome podia ter sido Yopso ou até Tonga, mas o nome vencedor foi mesmo Twingo, que nasceu da junção de Twist, Swing e Tango.

Segundo Patrick Le Quement, diretor de design responsável pelo X06 (Twingo), “foi um projeto abandonado, relançado, difamado e finalmente adorado”.

A estrela do Salão de Paris de 1992 foi o Twingo! A originalidade e as cores tiveram um impacto imediato no publico, até os CEO’s da Toyota e Peugeot quiseram entrar no Twingo e se surpreenderam com o imenso espaço interior.

O conceito inicial apostava na simplificação: uma única versão, um único nível de equipamento, um único motor. De série vinha equipado com vidros esverdeados, desembaciador do vidro traseiro, bancos deslizantes e modulares que permitiam aumentar o volume da mala e até fazer uma autêntica cama! Como opcional tinha o teto de abrir em lona ou o ar-concionado. Tudo o resto, faróis adicionais, vidros elétricos ou jantes em liga leve podiam ser adquiridas posteriormente como acessórios.

Na primeira fase de lançamento estavam disponíveis 7 cores, o amarelo indiano, o verde coentro, azul ultramarino, vermelho coral, cinza metalizado, vermelho nacré e preto.

O motor escolhido em 1993 – o motor Cleon – não era novo, já vinha de outros modelos como o Renault 4, 5 ou 6, mas nesta última versão C3G ganha uma nova vida. Com 1239cm3 de cilindrada, injeção eletrónica monoponto, catalisador de 3 vias, debitava 55cv às 5300rpm, com uma disponibilidade de 90% da potência máxima entre as baixas 1300 a 4500rpm o que privilegia muito a utilização citadina evitando o uso excessivo da caixa de 5 velocidades.

Proporcionava uma velocidade máxima de 150 km/h e um consumo médio de 7,5L/100km. Devido ao exíguo espaço disponível no compartimento do motor não foi possível desenvolver versões com turbo ou até diesel. Em 1995, fruto do desenvolvimento na Fórmula 1 com a Williams, surgiu uma versão com embraiagem automática, o Twingo Easy.

No final de 1996 o motor C3G é substituído pelo mais moderno motor D7F. Com 1149cm3, injeção multiponto, 60CV às 5200rpm e correia de distribuição em vez de corrente o que tornava mais silencioso. Este novo motor era mais económico e apresentava melhores prestações que atualizavam o Twingo face à forte concorrência. Em 1998 surgiu a caixa automática de 3 velocidade na versão Twingo Matic.

Em setembro de 2000 surge a versão D4F. Com a mesma cilindrada de 1149cm3, o mesmo bloco do D7F mas com 16 válvulas e 75CV. Este motor consegue melhorar ligeiramente os consumos, as prestações, cumprir as normas Euro 2000 e até mesmo antecipar e cumprir as normas Euro 2005. Para este motor foi desenvolvida também uma caixa Quickshift especifica para o Twingo, com mudanças e embraiagem automática que permitia também a seleção manual das 5 velocidades.

As 4 fases do Twingo. O Twingo foi sendo atualizado com melhorias no equipamento, com novas cores e padrões no interior. Os vidros e retrovisores elétricos e o fecho central das portas passaram a estar disponíveis. Também no capítulo da segurança o Twingo passou a contar com pré-tensores dos cintos e air-bags para condutor e passageiro. Em 1998 deu-se a atualização mais significativa no Twingo, a fase 2. Com alterações significativas nos interiores, agora mais claros, e na melhoria da segurança ativa e passiva com air-bags laterais em opção. A carroçaria foi reforçada, e o sistema de direção e travagem foram revistos e melhorados. O interior contou um novo painel de bordo e alcatifas mais claras. No exterior novos faróis frontais com os piscas integrados, para-choques redesenhados e pintados, novas cores, e um inovador teto de vidro panorâmico marcaram a segunda fase do Twingo. Nesta fase surge também uma versão topo de gama, Initiale Paris, com estofos em pele, com acabamentos específicos, ar condicionado e leitor de CD de série.

Em 2000 ocorre a fase 3 do Twingo com alterações essencialmente na segurança. Agora com as jantes de 14 polegadas consegue albergar discos com maior diâmetro, é acrescentada uma barra estabilizadora dianteira e suspensão melhorada. O conforto é também tido em conta com mais material insonorizante e banco do condutor regulável em altura. O ABS, até aqui opcional, passa a ser de série em todas as versões. Esteticamente surgem novas jantes, retrovisores pintados no tom da carroçaria e faróis frontais em plástico.

A fase 4 e última, é essencialmente um refinamento estético, com novas cores, novos tecidos e tons dos plásticos interiores, novas jantes e com mais equipamento de série em todas as versões. Os frisos laterais passam a estar presentes de série, na porta da mala o logo da Renault é integrado no fecho.

Muitas edições limitadas. Em 1995 surgia uma edição com a assinatura do estilista Kenzo, e logo a seguir em 1996, talvez a mais conhecida edição limitada Benetton, celebrando a parceria vencedora da marca na Fórmula 1. Perrier, Héllios, Tintin, Elite entre muitas outras fizeram com que o Twingo estivesse com um look sempre atual e inovador com novas cores, acabamentos e equipamentos específicos.

Foram vendidos 2.444.445 Twingos até 27 de junho de 2007! (a produção continuou durante mais 4 anos na américa latina). Um sucesso memorável para um pequeno carro que se odiava ou amava à primeira vista.